Dentro do vasto campo da história da teologia cristã, o arminianismo está intimamente relacionado com o calvinismo, sendo que os dois sistemas compartilham a mesma história e muitas doutrinas. No entanto, eles são frequentemente vistos como rivais dentro por causa de suas divergências sobre os detalhes das doutrina da predestinação e da salvação.
Jacob Arminius
Foi um teólogo neerlandês da época da reforma protestante. Trabalhou em 1603 como professor de teologia na Universidade de Leiden e escreveu muitos livros e tratados sobre teologia; sua visão tornou-se a base do arminianismo e do movimento neerlandês Remonstrante. Arminius defendeu uma forma evangélica de sinergismo - crença que a salvação do homem depende da cooperação entre Deus e o homem e ensinava sobre uma "preventiva" (ou preveniente) graça que era conferida a todos pelo Espírito Santo e esta graça seria suficiente para crer, apesar de nossa corrupção pecaminosa, e, portanto para a salvação. Declarou que a graça suficiente para a salvação é conferida ao eleito, e aos não-eleitos; que, se quiserem, podem crer ou não crer, podem ser salvos ou não ser salvos - daí a ideia de LIVRE-ARBÍTRIO.
Desde o século XVI, muitos cristãos incluindo os batistas tem sido influenciados pela visão arminiana. Também os metodistas, os congregacionalistas e universalistas,.
João Calvino
João Calvino foi um teólogo cristão francês e teve uma influência muito grande durante a Reforma Protestante, após romper com a Igreja Católica. A forma de protestantismo que ele ensinou e viveu é conhecida por alguns pelo nome "calvinismo" - que só teve seu sistema doutrinário consolidado após a sua morte. O calvinismo prega o monergismo, a doutrina de que o Espírito Santo sozinho pode atuar num ser humano e propiciar a conversão. Ele se apoiou na frase de Paulo: "pela fé sereis salvos".
Em 1541, propôs a reorganização da igreja em quatro corpos: Pasteurs (pastores, que pregam), Docteurs (ensinam), Anciens (os mais velhos, que chamam à ordem aqueles que prevaricam) e Diacres (diáconos, que ocupam-se dos pobres e doentes). Dentre suas obras mais conceituadas, estão "As Institutas da Religião Cristã", de 1534.
Os Cinco artigos da Remonstrância x Os Cinco Pontos do Calvinismo
O Remonstrance (ou Protesto) foi apresentado ao Estado da Holanda pelos discípulos do professor Arminius (1560-1600). Mesmo estando inserido na tradição reformada, Arminius tinha sérias dúvidas quanto à graça soberana de Deus, visto que era simpático aos ensinos de Pelágio e Erasmo, no que se refere à livre vontade do homem. Este documento tinha como objetivo mudar os símbolos oficiais de doutrinas das Igrejas da Holanda (Confissão Belga e Catecismo de Heidelberg), substituindo pelos ensinos do seu mestre.
Para refutar esse documento dos discípulos de Armínio, um conselho denominado Sínodo de Dordt reuniu-se entre 1618-1619 num completo exame das doutrinas de Arminius e as comparou com os ensinos das Escrituras Sagradas, chegando à conclusão de que os ensinos de Arminius eram heréticos.
O Sínodo decidiu pela rejeição das ideias arminianas, estabelecendo a doutrina reformada em cinco pontos: depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, graça irresistível e perseverança dos santos. Estas doutrinas, descritas no documento final chamado Cânones de Dort, são também conhecidas como os Cinco pontos do Calvinismo. Seu eixo é a afirmação de que Deus é perfeitamente capaz de salvar cada pessoa que Ele tenha a intenção de tornar objeto de sua graça salvadora e que seu trabalho não pode ser frustrado por algo ou alguém que fique no caminho, na tentativa de impedir sua conclusão.
A diferença crucial entre o Arminianismo e o Calvinismo se resume na palavra Soberania. Enquanto os calvinistas entendem que Deus opera a salvação na vida do ser-humano conforme a sua livre e soberana vontade, os arminianos salientam que o homem é capaz de por si só querer ou não ser salvo.
Se partirmos da premissa de que o homem está completamente morto diante de Deus como nos ensina Efésios 2:1, entenderemos porque a salvação depende tão somente da graça e da misericórdia do SENHOR, pois “não depende de quem quer ou quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9:16).
Arminianismo
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Calvinismo
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1. Vontade Livre – O arminianismo diz que a vontade do homem é “livre” para escolher, ou a Palavra de Deus, ou a palavra de Satanás. A salvação, portanto, depende da obra de sua fé.
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1. Depravação Total – O calvinismo diz que o homem não regenerado é absolutamente escravo de Satanás, e, por isso, é totalmente incapaz de exercer sua própria vontade livremente (para salvar-se), dependendo, portanto, da obra de Deus, que deve vivificar o homem, antes que este possa crer em Cristo.
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2. Eleição Condicional – O arminianismo diz que a “eleição é condicional, ou seja, acredita-se que Deus elegeu àqueles a quem “pré-conheceu”, sabendo que aceitariam a salvação, de modo que o pré-conhecimento [de Deus] estava baseado na condição estabelecida pelo homem.
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2. Eleição Incondicional – O calvinismo sustenta que o pré-conhecimento de Deus está baseado no propósito ou no plano de Deus, de modo que a eleição não está baseada em alguma condição imaginária inventada pelo homem, mas resulta da livre vontade do Criador à parte de qualquer obra de fé do homem espiritualmente morto.
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3. Expiação Universal – O arminianismo diz que Cristo morreu para salvar não um em particular,porém somente àqueles que exercem sua vontade livre e aceitam o oferecimento de vida eterna. Daí, a morte de Cristo foi um fracasso parcial, uma vez que os que têm volição negativa, isto é, os que não querem aceitar, irão para o inferno.
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3. Expiação Limitada – O calvinismo diz que Cristo morreu para salvarpessoas determinadas, que lhe foram dadas pelo Pai desde toda a eternidade. Sua morte, portanto, foi cem por cento bem sucedida, porque todos aqueles pelos quais ele não morreu receberão a “justiça” de Deus, quando forem lançados no inferno.
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4. A Graça pode ser Impedida – O arminianismo afirma que, ainda que o Espírito Santo procure levar todos os homens a Cristo (uma vez que Deus ama a toda a humanidade e deseja salvar a todos os homens), ainda assim, como a vontade de Deus está amarrada à vontade do homem, o Espírito [de Deus] pode ser resistido pelo homem, se o homem assim o quiser. Desde que só o homem pode determinar se quer ou não ser salvo, é evidente que Deus, pelo menos, “permite” ao homem obstruir sua santa vontade. Assim, Deus se mostra impotente em face da vontade do homem, de modo que a criatura pode ser como Deus, exatamente como Satanás prometeu a Eva, no jardim [do Éden].
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4. Graça Irresistível – O calvinismo entende que a graça de Deus não pode ser obstruída, visto que sua graça é irresistível. Os calvinistas não querem significar com isso que Deus esmaga a vontade obstinada do homem como um gigantesco rolo compressor! A graça irresistível não está baseada na onipotência de Deus, ainda que poderia ser assim, se Deus o quisesse, mas está baseada mais no dom da vida, conhecido comoregeneração. Desde que todos os espíritos mortos (= alienados de Deus) são levados a Satanás, o deus dos mortos, e todos os espíritos vivos (= regenerados) são guiados irresistivelmente para Deus (o Deus dos vivos), nosso Senhor, simplesmente, dá a seus escolhidos o Espírito de Vida. No momento que Deus age nos eleitos, a polaridade espiritual deles é mudada: Antes estavam mortos em delitos e pecados, e orientados para Satanás; agora são vivificados em Cristo, e orientados para Deus.
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5. O Homem pode Cair da Graça – O arminianismo conclui, muito logicamente, que o homem, sendo salvo por um ato de sua própria vontade livremente exercida, aceitando a Cristo por sua própria decisão, pode também perder-se depois de ter sido salvo, se resolver mudar de atitude para com Cristo, rejeitando-o! (Alguns arminianos acrescentariam que o homem pode perder, subseqüentemente, sua salvação, cometendo algum pecado, uma vez que a teologia arminiana é uma “teologia de obras” – pelo menos no sentido e na extensão em que o homem precisa exercer sua própria vontade para ser salvo). Esta possibilidade de perder-se, depois de ter sido salvo, é chamada de “queda (ou perda) da graça”, pelos seguidores de Arminius. Ainda, se depois de ter sido salva, a pessoa pode perder-se, ela pode tornar-se livremente a Cristo outra vez e, arrependendo-se de seus pecados, “pode ser salva de novo”. Tudo depende de sua continua volição positiva até à morte!
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5. Perseverança dos Santos – O calvinismo sustenta muito simplesmente que a salvação, desde que é obra realizada inteiramente pelo Senhor – e que o homem nada tem a fazer antes, absolutamente, “para ser salvo” -, é óbvio que o “permanecer salvo” é, também, obra de Deus, à parte de qualquer bem ou mal que o eleito possa praticar. Os eleitos ‘perseverarão' pela simples razão de que Deus prometeu completar, em nós, a obra que ele começou. Por isso, os cinco pontos de TULIP incluem a Perseverança dos Santos
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Fontes: https://pt.wikipedia.org
www.monergismo.com
http://www.arminianismo.com/
Qual das duas você acha que é a certa?
ResponderExcluirAmado, nossa equipe integra pessoas com as duas visões. Não posso falar por todos eles. :)
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