quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O amor que cobre as multidões de pecados



Há alguns dias comecei a ler um livro, indicado por um amigo, pelo fato de eu ter também lhe recomendado um outro livro. Pois bem o livro se chama, "O amor e a multidão dos pecados", confesso que fiquei muito interessado e meu coração ardeu pelo título remeter a algo tão real e importante para nós, a Graça. Mas nas primeiras páginas do livro fiquei desapontado, pois não havia graça e sim esforço humano e fábulas espíritas.

Basicamente o livro trata de um estoria de uma Mãe e filho, acumpliciados em um crime que a lei dos homens não conheceu, "retornam" em uma nova existência sob profundo mecanismo obsessivo do antigo marido e pai que assassinaram para entrarem na posse do dinheiro farto. A vítima, desequilibrada pelo ódio e assessorada por Entidades das trevas, ilude-se em tomar o mecanismo de justiça nas próprias mãos e desenvolve uma terrível perseguição contra aqueles que lhe ceifaram a vida física. Apenas o Amor é capaz de trazer uma proposta de paz e felicidade para os três envolvidos (sinopse da editora).

Não devia dar crédito nem muito menos refutar uma "estoria", mas até para o crescimento desde meu amigo que me sugeriu o livro, gostaria de demostrar o verdadeiro amor que cobre as multidões de pecados.

Reencarnação

A Bíblia jamais faz qualquer referência à palavra “reencarnação”, tampouco a confunde com a palavra “ressurreição”. Segundo o dicionário Escolar da Língua Portuguesa, da Francisco da Silveira Bueno, “Reencarnação é o ato o u efeito de reencarnar, pluralidade de existências com um só espírito; enquanto que a palavra” “ressurreição”, no grego, é “anastasis” e “égersis”, ou seja, levantar, erguer, surgir, sair de um local ou de uma situação para outra.

No latim, “ressurreição” é o ato de ressurgir, voltar vida, reanimar-se. Biblicamente, entende-se o termo “ressurreição” como o mesmo que ressurgir dos mortos, e, em linguagem mais popular, união da alma e do espírito ao corpo, após a morte física.

Ressurreição

No decorrer de toda a narrativa bíblica, são mencionados oito casos de ressurreição, sendo sete de restauração da vida, isto é, ressurreição para tornar a morrer, e um de ressurreição no sentido pleno, final – o de Jesus. Este foi diferente, porque foi ressurreição para nunca mais morrer, não somente pelo fato de ele ser Jesus, mas porque, ao ressurgir, tornou-se ele o primeiro da ressurreição real (I Cor 15:20-23).

A expressão “ressurreição dentre os mortos” , como em Lucas 20:35 e Filipenses 3:11, implica numa ressurreição da qual somente os justos participarão. Os participantes da verdadeira ressurreição não mais morrerão (Lc 20:36). A dita expressão é tradução correta do original. A palavra “dentre” indica que os mortos ímpios continuarão sepultados quando os santos ressurgirem.

Os sete outros casos de ressurreição na Bíblia, por ordem, são: a) o filho da viúva de Serépta (I Rs 17:19-22); b) o filho da sunamita (II Rs 4:32-35); c) o defunto que foi lançado na cova de Eliseu (II Rs 13:21); d) a filha de Jairo (Mc 5:21-23,35-43); e) o filho da viúva de Naim (Lc 7:11-17); f) Lázaro (Jo 11:1-46); g) Dorcas (At 9:36-43).

Graça

A Bíblia ensina que nossa salvação não é pelas obras para que ninguém se glorie, mas é tudo pela graça de Deus (Rm 6.23; Jo 3.16; 2 Co 5.21; Tt 3.5).

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;" - Efésios 2:8,9

Enquanto no Espiritismo a pessoa tem que ir reencarnando e progredindo com a Graça, recebida imerecidamente, conseguimos acesso ao Pai.

O amor cobre multidão de pecados

"Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados." - 1 Pedro 4:8

Pedro ratifica neste versículo o que resume toda a conduta cristã, o amor.

Contudo esse amor não é uma barganha para se melhorar ou ganhar salvação, é um evidência de que Ele está em nós. É um indicador de que somos seus discípulos.

"Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros". - João 13:35

Esse amor se verteu na cruz e pavimentou a obra perfeita. Este amor nos mostrou que existe esperança.


Como é que o amor cobre os pecados? Outros textos esclarecem o sentido.

Na ausência do amor, pessoas de mentes carnais podem alimentar pensamentos errados e criar conflitos desnecessários. O amor, porém, não age de uma maneira que provoca os outros a pecarem. “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões” (Provérbios 10:12). Paulo condenou como obras da carne os pecados de “discórdias, dissensões e facções” (Gálatas 5:20).

O sentido em que o amor cobre os pecados vai além da prevenção do pecado. A palavra “cobrir”, em outros versículos, claramente envolve o perdão. Davi disse: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniquidade, e em cujo espírito não há dolo” (Salmo 32:1-2).

Quando alguém nos ofende e, depois, se mostra arrependido, devemos perdoar (veja o ensinamento de Jesus sobre o perdão em Mateus 18:21-35).

Mesmo quando nós não somos pessoalmente prejudicados pelo pecado do outro, ainda devemos amar de uma maneira que ajuda aquela pessoa alcançar o perdão dos seus pecados. Tiago explicou bem o nosso papel em ajudar o irmão que cai no pecado: “Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados” (Tiago 5:19-20).

Jesus amou os pecadores tanto que ele ofereceu a solução para o pecado. Ele morreu na cruz e convidou todos a receberem o benefício daquele sacrifício por meio da fé obediente (Marcos 16:16; cf. Atos 2:38). Nós não podemos e não precisamos morrer como sacrifícios pelos pecados dos outros, mas ainda temos um papel na salvação dos pecadores – a pregação do evangelho que leva à salvação (Romanos 1:15-16; 2 Timóteo 2:2).

Tiago falou de converter o irmão que volta ao pecado. Pedro falou para Simão que ele precisava se arrepender e rogar ao Senhor, pedindo perdão (Atos 8:20-23). Paulo disse que devemos corrigir o irmão que tropeça, agindo com humildade para salvá-lo (Gálatas 6:1). Judas falou da compaixão que age com urgência, para arrebatar do fogo os contaminados (Judas 22-23).

Meu amigo, me perdoe ser tão direto mas não poderia deixar de lhe mostrar o real significado desde amor que cobriu os pecados de todos aqueles que Ele escolheu através do amor.

Amém!

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