Pra mim chega! Não sou mais evangélico! - Parte 2

"O Espírito Santo afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns se desviarão da fé e darão ouvidos a espíritos enganadores e à doutrina de demônios" ( 1 Timóteo 4:1 )

"Não vos deixes enganar de forma alguma, por ninguém. Porquanto, antes daquele Dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição" (2 Tessalonicenses 2:3)

Já fazem pouco mais de 30 dias que postei um desabafo em forma de reflexão, com o tema "Pra mim chega! Não sou mais evangélico!", o título escandalizou a muitos nas mídias sociais, aqui no blog, em todos os locais onde foi exibido. Contudo poucos realmente entenderam, poucos tiveram a seriedade de ler todo o conteúdo do texto e comparar com o cenário atual que vivemos, e proferir uma opinião correta, relevante e coerente. Em uma das páginas do Facebook, onde eu sou moderador de conteúdo, pessoas só leram o título e proferiram frases como "herege", "apostata", "caluniador", "você está generalizando", dentre outras coisas que vou confessar me divertiram muito. Mas porque resolvi fazer essa segunda parte? muito simples, apenas creio que não ficou claro para alguns porque não sou mais evangélico e nem acredito mais nos evangélicos como acreditava há alguns anos atrás. 

Posso estar sendo meio eloquente e insistente, porém existe algo que nunca poderão me acusar, que é de ser omisso. Novamente saliento que não quero empregar minhas "verdades" neste texto apenas uma boa prática bíblica, sem acréscimos ou excessos. 

Primeiramente para podermos apresentar a vocês meu ponto de vista, preciso apresentar o real quadro de ser 'evangélico' em nosso país. Em geral resume-se a um ou dois compromissos semanais em um templo, ter algum cargo ou apenas sentar no banco da congregação, dizer amém ao que é pregado sem questionar muito. Você pode até discordar mas não foge muito a este padrão. Quero dizer aqui também que não estou generalizando e tentando desmotivar as pessoas a congregar não é isso, no final vocês me entenderão.

Os evangélicos estão tão preocupados em ir para o templo que esquecem dos seus familiares, quantos filhos perderam tempo em campanhas intermináveis e deixaram de ter aquele tempo maravilhoso com a mãe, ou aquele pequeno trabalho que o pai esperou você por meses, anos, para que você o ajudasse a concluir, e "pah" eles não estão mais aqui para você aproveitar o tempo com eles. 

"Contudo, se alguém não cuida dos seus, especialmente dos de sua própria família, este tem negado a fé e se tornou pior que um descrente." (1 Timóteo 5:8)

Os evangélicos ouvem atentamente seus pastores, dizem amém a suas pregações, mas ao colocar pra fora o pé do templo, estão disputando espaço no trânsito pra irem embora, ou simplesmente correm para assistir a novela, enquanto seu vizinho está com uma corda amarrada ao pescoço.

Enfim, o evangelicalismo exercido em nosso país, em nada remetem a uma conduta de nascido denovo, de regenerado, de nova criatura, de discípulo de Cristo. Lendo as escrituras jamais pensei que diria isso mas os evangélicos superaram os fariseus, que pediram a crucificação de Jesus e gospiram em sua cara, enquanto os evangélicos o crucificam todos os dias e profanam seu Santo evangelho.

Já um Cristão tem em seu DNA a forma de agir e sua vida ligadas com Cristo. "E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos"(Atos dos Apóstolos 11:26)

Um Cristão verdadeiro sabe valorizar seu próximo, ele não se cala perante injustiças ou fecha seus ouvidos para o escarnio da palavra. Batalha pelo evangelho, vive o evangelho, se assemelha a tal forma com seu Mestre que é os outros conseguem ver o amor encarnado na pessoa. O Cristão não fecha seus ouvidos a voz do Espírito Santo, pelo contrário ela a ouve e as pratica, seu coração se entristece vendo a alma o impio perecer.

Você pode me achar redundante ao afirmar todas essas coisas, mas o próprio Jesus foi mais além em Mateus 5, com as bem aventuranças como:

“Bem-aventurados os pobres em espí-rito, pois deles é o Reino dos Céus. 

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. 

Bem-aventurados os humildes, porque herdarão a terra. 

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. 

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 

Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. 

Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. 

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 

Bem-aventurados sois vós quando vos insultarem, e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos sobremaneira, pois é esplêndida a vossa recompensa nos céus; porque assim perseguiram os profetas que viveram antes de vós. O cristão deve ser sal e luz . Vós sois o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, com o que se há de temperar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. 

Me perdoe os ortodoxos mas não vejo nenhuma semelhança desses preceitos com os evangélicos, principalmente pela imagem que foi construída nos últimos anos. Nos preocupamos com o templo de pedra e esquecemos do templo espiritual (nós), no tocante a viver de uma forma prática o evangelho.

Rodopiar, falar "labaxurias nebias sirilacas labarais", cantar uma música que emociona e não trás mudanças, tornou-se mais importante que conversar com seu vizinho, ser mais presente na família, fazendo seu papel e sendo uma exemplo vivo de novo homem ali, ser aquele porto seguro para um irmão humilde sem esperança, sem querer nada em troca.

Meu irmão, minha irmã, você que irá ler esse humilde artigo, não fique chateado comigo por expor oque penso sobre esse desserviço que muitos de nós temos feito ao Reino, leve em conta apenas as palavras escritas aqui que foram de encontro ao seu espírito e com certeza o Espírito Santo lhe convencerá que o certo a se fazer é ser um Cristão praticante e não meros ouvintes e plagiadores de homens falhos e inconsequentes.

Que sejamos assim com os discípulos do primeiro século, imitadores de Cristo ao ponto, Dele, Jesus, ser visto em neles, ao ponto de, mais uma vez, sermos chamados cristãos.