Livre do sistema religioso, vivendo o Evangelho - Parte 1

Conheci Jesus por intermédio de meu marido, foi ele quem me apresentou a maravilhosa Graça. Batizei e a partir de então começamos a caminhar juntos, hoje são de 16 anos de convertida...mas posso afirmar que 98% de tudo que aprendi nessa caminhada pode ser jogada no lixo. 

Já participei da equipe de louvor, era assídua no grupo de mulheres, fui líder do Ministério infantil, para participar de todas essas atividades na “igreja”, fiz cursos, participei de campanhas de orações, fui para “Encontro com Deus, de onde não podia voltar e contar para ninguém o que tinha acontecido lá. Você como líder não poderia deixar de participar de nenhuma campanha, de nenhuma reunião, de nenhuma oração de primícias, essa ultima então se não pudesse ir, estava no banco...não poderia participar do louvor...já mi fizeram queimar colchas de cama dos meus filhos, pois eram do capeta, não podia usar vermelho que era a cor da pomba gíria...fui ficando presa nesse sistema e achava que tudo estava certo. 

Quantas vezes deixei meu marido e filhos em casa passando horas e horas na igreja, pois na minha cabeça estava fazendo a obra de Deus. Quantas vezes briguei com meu marido por ele não me entender, porque eu tinha obrigações a cumprir na igreja, eu tinha que fazer porque estava fazendo pra Deus...e fui ficando cada vez mais presa nesse sistema sujo e fétido que é chamado “igreja”, quantas campanhas eram feitas e eu achava que tinha que participar, que tinha que levar o maior valor pedido, porque se não fosse assim não seriamos abençoados. Mas as coisas foram mudando e Deus começou a me incomodar com coisas que aconteciam e eu não acha corretas...cheguei a questionar meu pastor na época, por situações que aconteciam no grupo de jovens ao qual meu filho participava....e o que ouvia me deixava triste. 

Questionava sobre assuntos referentes ao “ministério infantil” que não estavam corretos, ensinamentos que deveriam ser feitos que eu não concordava, que não condizia com o que a Bíblia falava....mas acabei sendo taxada como a “rebelde”. Tantas coisas foram me entristecendo...e chegou ao ponto de sairmos da congregação a qual fazíamos partes...nesta época os olhos do meus esposo já estavam mais aberto que os meus...ele via aquilo que eu ainda não via....e muitas vezes não concordava com ele. 

Deus já tinha me mostrado algumas coisas erradas....mas eu achava que muito do que o meu marido falava eram exageros, era porque ele era muito crítico, e eu não queria enxergar a verdade...foram tempos ruins...pois abandonei tudo aquilo que eu achava que Deus tinha me dado...fiquei triste...me sentia como se não tivesse mas fé...como se nada mas fizesse sentido...não tinha mais meus “amigos”, não fazia mas o “ trabalho que Deus tinha me dado”. Com o passar do tempo fui entendendo que só fui usada para manter um sistema sujo, onde a prosperidade, a riqueza, o ter eram sinônimo de vida com Deus. 

Enquanto pessoas ao meu lado necessitavam de uma oração, passavam necessidade, e a chamada “igreja”, não olhava por elas. Entendi que o servir a Deus, não é estar em cima de um altar cantando, não estar sendo vista, sendo notada...e sim é mudança de mente, mudança de caráter, mudança de atitudes.

continua....