O que é um cristão? Provavelmente alguém responderá que um cristão é um discípulo (ou seguidor) de Jesus Cristo...
De fato, o termo “cristão” foi utilizado pela primeira vez em Antioquia da Síria, muito provavelmente pelos pagãos, para definir ou caracterizar os discípulos de Jesus: “Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos” (Atos 11:26).
Mas será que um cristão define-se apenas pelo fato de ser um seguidor de Jesus Cristo? Não, um cristão não é só um seguidor (ou discípulo) de Jesus Cristo! É muito mais que isso! O apóstolo Paulo não podia ser mais claro e convincente quando, em breves palavras, proferiu esta afirmação:
“E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é Dele” (Romanos 8:9)
Será então possível, alguém ser um seguidor de Jesus Cristo e, mesmo assim, não ser um cristão? Sim, claro que é possível! Basta essa pessoa não ter o Espírito de Cristo.
Tomemos um exemplo bíblico que confirma essa afirmação do apóstolo Paulo: foi Judas Iscariotes um discípulo de Jesus Cristo? Sim, Judas Iscariotes foi considerado não apenas um discípulo, mas também um apóstolo de Jesus (Lucas 6:12-16). Mas, foi ele um verdadeiro cristão? Jesus, em determinado momento do Seu ministério terrestre, disse que ele era um “diabo”(João 6:70).
Pode alguém ser simultaneamente um cristão e um diabo? Vou além: pode alguém ter sido batizado “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28:19) e, mesmo assim, não ser um cristão? Não disse Jesus a Nicodemos que ninguém “pode entrar no reino de Deus” a não ser que nasça “da água e do Espírito” (João 3:5)?
"Em verdade, em verdade te asseguro: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; mas o que nasce do Espírito é espírito. Não te surpreendas pelo fato de Eu te haver dito: ‘deveis nascer de novo.’" (João 3:5-7)
Após o martírio de Estêvão (Atos 7:54-60) – diz-nos o livro de Atos dos Apóstolos – "levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria" (Atos 8:1), e “os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra” (v. 4). O mesmo livro também nos relata que “Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo” e que "as multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava" (Atos 8:5-6).
Tal foi o impacto que a pregação de Filipe teve sobre as “multidões” que habitavam em Samaria, que nos é dito que “quando, porém, deram crédito a Filipe, que os evangelizava a respeito do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, iam sendo batizados, assim homens como mulheres” (Atos 8:12). Mas, depois disto, um fato “curioso” ocorreu, segundo a narrativa bíblica: "ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém, que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João; os quais, descendo para lá, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo; porquanto não havia ainda descido sobre nenhum deles, mas somente haviam sido batizados no nome do Senhor Jesus. Então, lhes impunham as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo” (Atos 8:14-17).
Quando, mais tarde, Paulo “chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos” (Atos 19:1) lhes perguntou: “Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes?”, e ouviu da parte deles esta resposta: “Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo”, apesar de terem sido “batizados… no batismo de João” (v.3), imediatamente foram tomadas providências para que não só fossem aqueles discípulos rebatizados (v.5), mas também para que recebessem o Espírito Santo: “impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo” (v.6)
Fará hoje algum sentido lançar a mesma pergunta que Paulo fez (“Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes?”) aos membros das várias igrejas espalhadas pelo nosso país e pelo mundo? Será o caso de, entre nós, termos muitos que, apesar de serem discípulos de Jesus Cristo por terem crido n’Ele, ainda não receberam o Espírito Santo?
Mas como saber se uma pessoa é "nascida do Espírito"?
Sabemos quando uma pessoa nasce do Espírito quando seu caráter começa a ser transformado: quem antes se considerava uma “boa” pessoa, agora passa a sentir uma profunda agonia interior por se ver como um horrível pecador necessitando desesperadamente de um Salvador; o conteúdo da Bíblia, de repente, começa a fazer sentido e parece que tudo o que lá está escrito aplica-se diretamente a si mesmo: As repreensões diretas penetram até a alma e provocam um choro amargo pelos pecados (como Pedro chorou pelos seus em Lucas 22:62); as promessas nos fazem agradecer pela fidelidade e amor incondicional do Pai por seres tão pecadores.
Resumindo: o fruto do Espírito começa a ser produzido no interior do cristão e ele começa a compreender que “todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus, porque o próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8:14-16)
E será que podemos ter a certeza de que o Espírito Santo está conosco?
Jesus garantiu-nos que, se nós “que [somos] maus, [sabemos] dar boas dádivas aos [nossos] filhos”, então “quanto mais o Pai celestial [não] dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem?” (Lucas 11:13). Podemos ter a total garantia e certeza que, quando pedimos ao “Pai celestial” o Espírito Santo, esse pedido estará de acordo com o que Jesus disse: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Lucas 11:9-10), porque estas palavras de Jesus antecedem imediatamente a Sua sugestão de pedirmos ao Pai celestial o Espírito Santo.
Jesus disse que o Espírito Santo traria sobre nós a convicção “do pecado” (João 16:8), “porque não creem em Mim” (v. 9). Mas será possível alguém crer em Jesus como seu salvador se, em primeiro lugar, não se sentir convencido que é um pecador?
Nenhum de nós chega à convicção de que é um pecador se o Espírito Santo não agir sobre nós: “Ou desprezas a riqueza da Sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?” (Romanos 2:4).
Também é importante saber que o Espírito Santo, segundo Jesus, nos “guiará a toda a verdade” (João 16:13). O apóstolo Paulo disse que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (I Timóteo 2:4). A convicção que o Espírito Santo opera em nós e que nos leva a um arrependimento genuíno, nos leva a sentir a necessidade de conhecer toda a Verdade revelada!
A certeza da presença do Espírito Santo em alguém manifestar-se-á através de uma vida de obediência: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ezequiel 36:26-27).
O desejo intenso de partilhar Cristo e a Sua Verdade com outros também é resultado da ação do Espírito Santo em nossas vidas: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas…” (Atos 1:8).
Concluindo: ninguém é um cristão se não tiver o Espírito Santo sobre ele, e a prova de que o Espírito Santo está sobre alguém manifesta-se quando o poder convincente desse mesmo Espírito levar essa pessoa a reconhecer que é um pecador e a buscar, arrependida, a salvação em Jesus Cristo, levando uma vida de de obediência ao Senhor que a resgatou do pecado e de testemunho perante outros do Seu poder salvador!
Deus abençoe a cada um dos irmãos. Até o próximo estudo!
0 comentários:
Postar um comentário