segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Imitação de Cristo por Tomás de Kempis - Capítulo 02

Nós próximos dias iremos postar aqui no #blogVCD um excelente livro para quem busca maturidade e para mim é como um verdadeiro manual de espiritualidade. Gostaria de salientar que apesar do livro conter doutrinas e conceitos anti-bíblicos e ser de um católico, seguimos aquele princípio de reter oque é bom.



Capítulo II 
Do humilde sentir de si mesmo

1. Todo homem tem o desejo natural de saber, mas que vale a ciência sem o temor de Deus? O camponês humilde que serve a Deus está, sem dúvida, acima do filósofo soberbo, que, descuidando a sua alma, observa o curso dos astros. Quem se conhece bem despreza-se a si mesmo e não se compraz nos louvores dos homens. Se eu possuísse toda a ciência do mundo e não tivesse caridade, que me aproveitaria aos olhos de Deus que me há de julgar segundo as minhas obras?

2. Modera o desejo desordenado de saber que gera muita dissipação e muito desengano. Os que têm muita ciência gostam de ser tidos e aplaudidos por sábios. Há muitas coisas que sabê-las, pouco ou nenhum proveito traz para a alma, e muito insensato é quem se ocupa do que não interessa à sua salvação. Muita palavra não sacia a alma; é a vida santa que consola o coração, é a consciência pura que inspira grande confiança em Deus.

3. Quanto mais e melhor souberes, tanto mais severamente hás de ser julgado se não viveres mais santamente. Não te envaideças, pois, de qualquer arte ou ciência; teme antes pelas luzes que recebeste. Se te parece que sabes e compreendes bem muitas coisas, tem por certo que muito mais são as que ignoras. Não te ensoberbeças (Rom. XI, 20), antes confessa a tua ignorância. Como te queres preferir a outros se tantos há mais doutos e mais versados que tu na lei de Deus? Queres saber e aprender algo de útil? Folga em viver ignorado e ser tido por nada.

4. A ciência mais alta e mais proveitosa é o verdadeiro conhecimento e desprezo de si mesmo. Ter-se por nada e pensar sempre bem dos outros é grande sabedoria e grande perfeição. Se vires outrem pecar abertamente e ainda cometer faltas graves, nem por isto te deves ter por melhor, porque não sabes por quanto tempo poderás perseverar no bem. Somos todos fracos, mas a ninguém tenhas por mais fraco que tu.

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